Visual Law: como o design pode melhorar a comunicação jurídica
Entenda como o Visual Law revoluciona a comunicação jurídica com o uso de design visual, tornando processos mais eficientes e compreensíveis.
Publicado em 13/9/2022. Atualizado em 8/10/2024.
O visual law é uma estratégia bastante valiosa para o meio jurídico. Esse é o conceito que junta o design, o Direito e a tecnologia e oferece uma forma de simplificar a transferência de informações jurídicas por meio de recursos visuais e imagens, que ajudam a entender determinados conceitos da área jurídica.
Ao conhecer as técnicas de Visual Law e os benefícios de aplicá-las no seu negócio, é possível transmitir as suas mensagens com mais eficiência. Com o conteúdo emitido com transparência e praticidade, os processos para fechar acordos se tornam muito mais fluidos, diretos e menos burocráticos.
Neste artigo, saiba tudo o que você precisa sobre o método e conheça as vantagens de incluí-lo em suas negociações! Além disso, entenda como as tecnologias e soluções como CLM (gestão do ciclo de vida dos contratos) ajuda no entendimento e gerenciamento dos acordos.
O que é Visual Law?
Visual Law é o nome dado ao uso de recursos visuais para comunicar e informar na área do Direito. O conceito parte da ideia de desenhar e esquematizar os processos jurídicos para facilitar a compreensão por qualquer pessoa.
O Visual Law surgiu nos Estados Unidos, com os alunos da Universidade de Stanford. Atualmente, tem um papel muito importante, pois torna as informações jurídicas e o Direito mais acessíveis, principalmente para pessoas que não são especializadas na área. Assim, mais gente consegue entender os seus direitos e deveres, assim como os compromissos firmados em um contrato.
É com a melhoria da comunicação no Direito, por meio de recursos visuais, que é possível reduzir tempo de leitura e de negociações, aprimorar a tomada de decisões e aumentar a eficiência nos processos. Não é à toa que o Visual Law é aplicado em contratos, apresentações e vários outros documentos usados na área jurídica.
Qual é a importância do Visual Law?
Uma das grandes contribuições do Visual Law é a democratização da informação. Afinal, o foco em soluções visuais alivia o temido ‘juridiquês’, que tanto assusta os leigos, sem falar que em determinadas situações a clareza total é indispensável.
Sendo assim, há uma queda nas barreiras entre a informação e as pessoas, o que evita a compreensão distorcida, além de agilizar os processos de comunicação. Por isso, essa é uma estratégia muito eficiente para modernizar o Direito e atrair o interesse real na área.
Com o Visual Law, a conexão da tecnologia e da comunicação com o Direito torna os contratos, as petições e os demais documentos mais fluidos e simples, sem margem para lacunas. Ele serve, também, para reduzir condições que levam a demandas judiciais, já que pode esclarecer dúvidas de forma didática e, assim, orientar o público.
Neste sentido, todo profissional da área jurídica que sabe lidar com os recursos do Visual Law se coloca, pelo menos, um passo à frente no mercado. Portanto, tem mais chances de impressionar todos que têm acesso a seus documentos, já que usa muito bem a tecnologia e o design a seu favor.
Quais são os benefícios do Visual Law?
A principal vantagem trazida pelo Visual Law é otimizar a comunicação com o interlocutor, aumentando a confiança que o serviço inspira. Isso é importante, uma vez que a contratação do serviço jurídico, na maioria das vezes, está apoiada na expertise que o profissional contratado demonstra em sua área de atuação.
E não para por aí. O Visual Law tem diversos benefícios associados nas mais variadas aplicações na área jurídica. Confira alguns exemplos a seguir.
1. Melhoria na compreensão das informações
Não é todo mundo que vai ler um contrato ou um documento jurídico e entender, de primeira, um termo. Afinal, não são todas as pessoas que receberam instruções e formações em Direito.
No entanto, esse público também precisa compreender os conceitos e termos presentes nos documentos antes da assinatura, sem deixar de lado a validade jurídica. Sendo assim, é fundamental otimizar a informação para que cada vez mais indivíduos a interpretem.
O Visual Law cumpre essa função ao transformar termos de contratos e documentos legais que, muitas vezes, são complexos e técnicos, em imagens e elementos visuais. Com isso, a democratização da informação se torna mais fácil.
2. Economia de tempo para magistrados e advogados
Um documento também pode levar muito tempo para ser lido por completo. Em negociações e processos que requerem agilidade, esse pode ser um grande desafio, mas que é superado com o Visual Law.
Com elementos visuais é possível otimizar o tempo de leitura e, consequentemente, de decisões em processos judiciais. Afinal, é possível compreender a proposta rapidamente e discutir sobre as questões relatadas no documento.
3. Agilidade na resolução dos casos
Não apenas por conta da economia de tempo, mas também do apoio para compreender a informação disposta em um documento, o Visual Law acelera a resolução de casos. Isso porque as ferramentas visuais facilitam e agilizam as decisões, otimizando os processos e gerando conclusões eficientes cada vez mais rápido.
4. Melhora da relação entre advogado e cliente
O vínculo entre o advogado e o cliente é muito importante para a resolução dos casos. Quando a comunicação se torna mais eficiente, transparente e acessível, essa relação pode ser melhorada exponencialmente. Além disso, a confiança e a parceria se fortalecem, o que é muito útil para encontrar as melhores soluções para os processos.
Quais são os principais recursos do Visual Law?
Os principais exemplos de recursos usados no Visual Law são constituídos por:
gráficos, que podem representar as informações de maneira organizada, simples e esquematizada;
fluxogramas, que também representam um conjunto de etapas, estruturando a relação causa-efeito;
infográficos, que organizam dados estatísticos e outros mais complexos contendo imagens, fontes em destaque e outros meios de representação;
storyboards, que contam histórias representadas por quadros com uma sequência de imagens lineares;
linhas do tempo, que contam histórias dando ênfase à evolução temporal de forma facilitada;
bullet points, uma forma de estruturar informações em tópicos e pontos;
pictogramas, que descrevem conceitos simples ou objetos por meio de imagens, desenhos ou ícones;
vídeos, que são mais diretos e proporcionam a transmissão da informação com mais realismo e proximidade, além de combinar as falas com os demais recursos acima descritos.
Inclusive, é muito provável que você já tenha se deparado com alguns desses recursos em textos informativos variados. Eles estão cada vez mais comuns no meio jurídico, especialmente nas publicações relativas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Como usar o Visual Law?
Em geral, não há regras de como usar o visual law, e cada profissional aplica a técnica atendendo às suas demandas e à realidade do escritório. Além disso, costuma respeitar seu próprio estilo, da mesma maneira que ocorre com os layouts de petições e outros documentos usados no dia a dia.
Além disso, o Visual Law também não precisa ser aplicado em todo e qualquer material que o escritório produza. No começo, é viável usar em algumas peças ou documentos e, aos poucos, introduzir nos demais. É importante perceber que, se algum material já cumpre bem sua função somente com o texto, em linguagem acessível, levando a mensagem facilmente ao público, talvez o recurso inovador não seja necessário.
As estratégias mais usadas na hora de ensinar como fazer Visual Law na realidade dos setores jurídicos são:
inclusão de infográficos, vídeos, imagens, fontes tipográficas com diferentes cores, tamanho e estilo;
produção de textos reduzidos, com a troca de palavras mais complexas sempre que possível;
organização das informações, sem poluição visual;
destaque dos pontos principais do documento.
Exemplos de sucesso no uso do Visual Law
Um dos exemplos mais famosos de sucesso no uso do visual law é o guia Vendor Power, feito em 2009, que aplicou elementos visuais para explicar as regras para o comércio nas ruas de Nova Iorque.
O Visual Law também já faz sucesso no Brasil. O Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região fez o uso da técnica para explicar um julgamento e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais aplicou o conceito na sua política de proteção e uso de dados pessoais.
Em outras palavras, o Visual Law é um conceito cada vez mais popular e útil para transcrever informações complexas em elementos visuais intuitivos. Por isso, o seu uso é procurado para elaborar contratos transparentes, explicar processos de Habeas Corpus, divulgar petições e em várias outras aplicações jurídicas.
Qual é o impacto do Visual Law na comunicação jurídica?
A organização sucinta e estratégica do Visual Law é capaz de exercer diversos impactos positivos na comunicação jurídica. Afinal, é possível esclarecer os argumentos com eficiência, reforçando a autoridade e a aceitação no meio jurídico.
Vale mencionar também que o aumento da transparência nas relações e transações permite que mais partes interessadas sejam satisfeitas nos processos. Ou seja, diminui os riscos de prejuízos, aumenta a confiabilidade das atividades, favorece a confidencialidade, quando necessária, e propaga o conhecimento jurídico entre as pessoas.
Como ele se relaciona com o Legal Design?
O Visual Law faz parte do conceito de Legal Design, que significa a aplicação de elementos de design aos processos jurídicos, a fim de aprimorar a experiência de quem está lendo um documento. Isso é feito com o emprego de variadas técnicas facilitadoras da compreensão do conteúdo apresentado.
Legal Design também é uma filosofia que busca a simplicidade e a clareza no Direito a partir da mudança de postura, simplificação da escrita e inclusão de recursos visuais. Dessa forma, é possível reduzir o tamanho dos textos e o excesso de informações.
Ainda, são delimitadas hierarquias e esquemas para organizar os elementos de maneira amigável ao público. Ou seja, a relação entre Visual Law e Legal Design é bastante íntima.
Desafios do Visual Law
Para considerar o uso do Visual Law, é preciso conhecer também os desafios da implementação dessa estratégia, como:
necessidade de aprendizado, que envolve a aquisição de novas habilidades e mudança da abordagem para apresentar informações visuais na comunicação jurídica;
resistência a mudanças, uma vez que requer novos esforços dos profissionais e de todo o setor;
garantia de conformidade legal, pois é preciso que todos os elementos descrevam corretamente as normas da área e evitem interpretações erradas;
acesso universal, considerando questões de acessibilidade e democratização da informação;
necessidade de investimentos iniciais, como ferramentas, softwares e treinamentos.
Como a Docusign pode facilitar a comunicação jurídica?
A Docusign pode facilitar ainda mais todo esse processo para os departamentos jurídicos no ganho em agilidade e agregando valor significativo aos negócios. A plataforma automatiza fluxos de trabalho, analisa e padroniza a linguagem dos contratos, além de armazenar todos os acordos de maneira centralizada.
Dessa forma, você pode obter tempos de resposta mais rápidos, reduzindo riscos legais e melhorando a governança e a visibilidade.
Existe também a função de autoatendimento, capacitando a pontuação de risco na gestão de contratos relacionados aos termos pré-aprovados. Para maximizar seus recursos, é possível definir limites no envolvimento de sua equipe jurídica com acordos.
Além disso, dá para automatizar e simplificar processos de entrada, modelos aprovados, negociações e aprovações com fluxos de trabalho preestabelecidos e bibliotecas de cláusulas.
Não é por acaso que os contratos da Docusign são blindados contra violações e incluem um certificado de conclusão admissível pelo tribunal e uma trilha de auditoria. Ou seja, vão além dos contratos de papel. Isso oferece mais segurança e confiança nas relações.
Em resumo, o Direito avançou muito em seus processos após a transformação digital, com ferramentas mais práticas, como o Visual Law. Essa técnica tem o potencial de revolucionar a comunicação jurídica, que antes era tão restrita. Agora, todas as pessoas podem se informar e tomar decisões mais adequadas para cada situação.
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Diego Lopes é um Gerente Senior de Marketing de produto na Docusign. Com mais de 14 anos de experiência em gestão de produtos, com foco em soluções digitais para Business Intelligence, Insights, Mídia e campanhas; Bacharel em Comunicação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP) e Pós-graduado em Gestão Empresarial pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM);
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